Mais uma nova experiência...

Estava em minha casa, celular toca e o assunto era sobre uma proposta de ministrar aulas para acadêmicos de Teologia em uma IES que gosto muito de trabalhar. Automaticamente digo SIM, porque sabia que teria mais uma nova experiência em sala de aula.
Ontem foi o primeiro dia. Saí cedo para me organizar e ao chegar, muita correria, porque era o primeiro dia e quem estudou e estuda sabe que sempre é assim mesmo e ao entrar na sala, timidamente, mas segura de mim e segura da minha profissão, vi olhinhos brilharem mas ao mesmo tempo eles me diziam: Essa menina vai nos dar aulas? Confesso que é sempre assim! Acho muito engraçadinho as carinhas de admirados pois na maioria, sou sempre mais nova que eles! É uma sensação única, porque sou uma educadora...
No primeiro tempo, uma turma interessada: marinheiros de primeira viagem, como eu os intitulei, e bem baixinho, ouvia perguntas como: "- Tem que comprar apostila professora"? ou - "Tem intervalo para o lanche"? ainda mais: - A senhora vai nos liberar para irmos ao banheiro"? Gente! é muito bom participar desse processo de ajudar cada um deles a viver uma academia! Bom demais!

Hora das apresentações...olhares tensos, medo de escrever, medo de falar e errar, medo de expor suas idéias, alegando que faz anos e anos que não entra em contato com a Língua Portuguesa. Ah, esqueci de falar no início! Minha disciplina é Leitura e Produção Textual, ou seja, ESCREVER! Tarefa árdua, porém necessária...
Segunda turma: Dispensando olhares assustados, observei uma turma séria, fechada, armada, faziam perguntas para me testar, e ao conscientizá-los de que Língua Portuguesa não é um bicho de sete cabeças, mas sim, sua língua materna, fazendo-os entender, de que quem domina seu idioma, chega-se aonde quiser, começaram a relaxarem, ficaram mais soltos, desprendendo-se aos poucos dos seus anseios, temores, comentaram sobre suas dificuldades em escrever e falar em público, algo que é presente na maioria das turmas que não sabem o que espera de alguma disciplina desconhecida. E com muito carinho, tato, sem ferí-los, tive que ter uma percepção rápida e senti cada dificuldade, sabendo aonde preciso trabalhar para que todos compreendam, assimilem, e tomem gosto pela escrita e leitura. É trabalho, porém, é gratificante!

Ser educador não é utopia. Ser educador é sonhar com os pés no chão. Ser educador é revolucionar o mundo de alguém. Ser educador é facilitar e abrir os olhos adormecidos da inteligência para chegar ao destino certo. Ser educador, é realizar sonhos, é transformar o ser humano em humano...O valor de um educador não está apenas em seu conhecimento, mas acima de tudo, está em ter o dom de formar um cidadão de valor.